Empresas de tecnologia da informação não conseguem preencher vagas
São cem mil vagas só este ano. O setor de TI procura, mas está difícil encontrar profissionais qualificados no mercado de trabalho.
Em um ambiente cheio de sorrisos, bem colorido, quem não trabalha feliz e satisfeito? O chefe do setor de recursos humanos não está satisfeito. Ele não consegue contratar todas as pessoas para desenvolver programas de computador usados pelos bancos.
“É uma falta de profissionais com formação em tecnologia, e com idioma inglês”, aponta o chefe de RH Carlos Marcelo Doi.
A empresa, que é multinacional, pretende dobrar o número de funcionários, mais 450 vagas este ano. Mas sabe que não será fácil.
As mesas vazias não escondem que falta gente. São 98 vagas abertas. Só para uma área, de programas de segurança para bancos, eles estão procurando quatro profissionais desde novembro. A saída tem sido fazer parcerias com escolas, onde profissionais viram professores.
Como a tecnologia muda a toda hora, eles estão sempre aprendendo. Em uma empresa que faz páginas para internet, o programador Charles Augusto Ferreira escreve em uma linguagem que poucos conhecem. Estudou sozinho, depois que trocou a faculdade de física pela computação.
“Só a faculdade não dá base suficiente, tem bastante material na internet, tem livros, tem que correr atrás e sempre se atualizar”, comenta o programador.
Os jovens são maioria nesta área. São cem mil vagas no país, e o número pode chegar a 200 mil até 2013 - mesmo com as dificuldades para encontrar esta mão-de-obra.
“Deveria haver uma política do governo no sentido de incentivar e educar jovens na tecnologia. É consenso que o Brasil não cresce mais por falta de mão-de-obra mesmo. Recebemos muitos currículos, mas o difícil é achar a pessoa com o perfil que você precisa”, comenta Antonio Borba.
O talento tão procurado pode estar do outro lado do balcão de uma padaria - é onde Maurício Fernandes trabalhava, até perceber que poderia ganhar mais aprendendo a usar os computadores.
“É uma área que, além do retorno profissional, você tem retorno de ver o trabalho reconhecido. Valeu a pena”, diz o gerente de publicações Mauricio Fernandes.
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